Quantas vezes mais

Quando aprendemos a amar alguém, não queremos deixar de aprender a amar. Roubamos todo o tempo que nos é fornecido e os sorrisos que nos são libertados para esbanjar nessa mesma pessoa. Se a dado momento esta não chega, nós esperamos. Aprendemos a viver, sem ela, mas sempre com o coração a senti-la, em sonhos, em pequenas lembranças.
Quando não temos quem amamos, sonhamos constantemente com o momento em que a vamos voltar a reencontrar, sonhamos com momentos, organizamos palavras, atribuímos sentimentos. Só sabemos sonhar, sonhar e sonhar. Por ai está, as pessoas sonham regularmente, e esquecem-se de fazer sentir o quanto amam limitando-se a sonhar, sonhar e sonhar.
Na altura do fim, em que morremos e perdemos tudo o que temos, há sempre algo que fica para sempre. Os beijos na nossa boca, as recordações nas linhas das nossas mãos e os momentos no nosso coração. Porque é a única coisa impossível de roubar, pois ninguém consegue roubar um beijo de ninguém, uma recordação do passado e um momento de outro. É unipessoal.

(Autor: Marta Conceição)

Nenhum comentário: