Vida é só uma

Na vida, batemos consecutivamente às costas de outrem a pedir ajuda. Desesperamo-nos com tanta rivalidade, com as grandes surpresas da vida.
Bati às costas de um amigo, mas não respondeu, bati noutro, aconteceu o mesmo. Percorri as costas de todos, em nenhum perdurei. Foi em ti e será sempre em ti. A quem chegarei a qualquer momento, tu lá estarás e eu vou conseguir falar. Magoa-me se fores só tu, queria beneficiar de todos como beneficiam de mim, mas talvez, como já tenhas dito em tempos passados, que eles não beneficiam, aproveitam.
Eu devia ser assim. Cada vez que desespero, ia ter contigo. Mas não! Vou sempre bater em cada um, com a esperança que um dia um se renove em algo melhor. Mas se é que me percebes (…)
Cada anoitecer, já sei. Amanhã, aquele, não vai voltar! Vai ficar ali num banco, com a mesma esperança que eu. Na ânsia de alguém o beneficiar. Mas a vida é isto? Esperar uns pelos outros, beneficiarmo-nos entre nós e viver na esperança inserta? Porque é que todos dizem “ser ou não ser”? Talvez, não tenham nada. Tenham um principio de existência diferente do meu.
Não devíamos viver consoante o que nos dão, mas sim, em função do que nos são. Cada indivíduo da sociedade é reflexo da mesma, se o meu ciclo de amigos é um fracasso, eu serei miserável como eles.(…)
Mas ai está a diferença, entre mim e os outros que se sentam todas as manhãs em bancos. Eu tenho-te a ti, e eles, não tem ninguém.

(Autor: Marta Conceição)

3 comentários:

maria carvalho disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
maria carvalho disse...

Marta, é impressionante a forma como escreves e, sobretudo, como expressas sentimentos.
Continua! Pela escrita desprendemo-nos do mundo e conhecemo-nos melhor.
Beijinho grande
Maria (AR)

Possivelmente Não disse...

Amo cada palvra

(L)