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Se estou só
Certamente hoje foi um dia demasiado marcante, desde o amanhecer até agora. Acordei, salpiquei o rosto com água da torneira da minha casa de banho, constituída por pigmentos minúsculos em tons amarelados, quase invisíveis. Vesti-me, pintei-me – é impensável não me pintar, gosto sempre de mostrar um melhor “eu”, talvez por vergonha de causar uma má impressão ao primeiro impacto ou até mesmo de me sentir inferiorizada com o meu pálido tom de pele. - e criei um novo penteado, algo indescritível, ou se calhar, melhor dizendo, muito estranho mas diferente. Calcei os meus sapatos de bico, e fugi de casa, por este dia.Cheguei ao trabalho, o que é do meu espanto, vejo todos os meus colegas a refugiarem um pequeno bolo no centro da mesa. Aproximei-me e consigo ler “Parabéns Colega, 40º aniversário”. Foi inevitável, escorregaram-me grandes gotas de água do canto dos olhos. Um tremor passageiro, agitou o meu queixo e tudo o que possuía nas mãos, embatera de imediato no chão. Apaguei aquelas quarenta velas, de um só sopro, agradeci de imediato a todos e o choro era completamente incontrolável. Fiquei estupefacta por esta grande surpresa, pois em qualquer circunstância nunca me passara pela cabeça que me haveriam de planificar este momento.Vi que tenho amigos, algo que já teria questionado anteriormente se teria mesmo. E que com este simples momento provaram, que o que importa é o valor que sou e secundariamente o que me dão. Tenho que ser eu. (Autor: Marta Conceição)
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